O que fica
Gente - Expedições - 10/03/2018Imagine rodar por semanas pelo interior das estepes mongóis. O deslumbre por paisagens inacreditáveis. A descoberta de gente diferente em tudo do que você já conhecia. Crianças brincando com águias como se fossem bichinhos de estimação. Pequenos que há pouco aprenderam a andar, montando cavalos no pelo. Uma noite na tenda com uma família nômade. Alguns perrengues para resolver. Tudo isso forma um conjunto de experiências intensas, marcantes, “seu” para sempre.
E quando você está achando que tudo isso é mesmo só seu, que nenhum dos seus te entenderá, nem mesmo seus mais próximos, então você chega a um lugar de gente como você, gente que viveu aquilo que você acreditava que era só seu. Que alívio!
Que máximo poder lembrar daquele dia difícil, daquela sensação indescritível do amanhecer nas estepes, dar risada daquela sua repulsa no primeiro leite de égua, da moto do outro que afundou no rio, da sua primeira noite em um Ger…
São polacos, franceses, suíços, russos, australianos, todos de terras distantes, mas muito mais íntimos do que muitos dos que você chamava de seus.
As amizades nascem ali, na ajuda sincera, na partilha intensa. E elas ficam, duram, por anos e anos. Nossa garagem é testemunha. Nossa casa é a prova.
As experiências intensas são para sempre. As amizades que nascem delas seguem o mesmo caminho.
Marcelo Leite